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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Dois mil e treze.

    Se perguntarem pra mim o que tenho a dizer sobre 2013 responderei muitas coisas óbvias, mas outras inacreditáveis, muitos casos rotineiros mas também surpreendentes. Histórias que você ouviu, viu, acreditou ou preferiu não crer.
    Vi manifestações pelo Brasil, e o mundo abraçando nossa causa. Vi Dilma ser vaiada em pleno estádio Mané Garrincha; vi jovens em nome da paz e outros representando a balbúrdia. Vi patrimônios depredados, pessoas feridas, policiais violentos, sargentos da PM corajosos, bandeiras com vários pedidos, mas que gritavam apenas uma palavra: melhorias. Vi políticos cassados, envergonhados, irônicos, fujões... Relembramos os mensalões. Representantes públicos doentes na prisão, mas cheios de saúde para a corrupção. Pela Televisão soube da morte de Hugo Chávez. A Venezuela chorava, representantes latinos lamentavam, já Obama pouco falou, mas muito escutou. No Brasil e na Alemanha a espionagem americana causou uma polêmica. Dilma rebateu, Obama, mais uma vez, pouco falou.
     Vi desastres naturais. Enchentes no Brasil, na Europa, fragmentos de meteoro na Rússia. Continuei vendo a guerra no Oriente Médio, ditadores exaltados, ditadores cassados, mais povo em protestos contra seus governos na Ásia, Grécia e Ucrânia. Vi o mundo sofrer com ganância, arrogância, desrespeito. Vi pouca amizade. Brigas de políticos, brigas de torcidas, brigas de jogadores de futebol, brigas de times para não caírem e também de outros para voltarem a subir mesmo sem disputarem campeonatos consequentes. Um deles conseguiu. Vi o termo "tapetão " voltar a ser pronunciado depois de tanto tempo, mas justo ou não, protagonizado pela mesma equipe que popularizou a palavra nos anos noventa. Vi o Santos ser humilhado pelo Barcelona, e embora não seja santista, senti vergonha. Vi o Atlético Mineiro ser campeão da Libertadores de forma magnífica e emocionante, e embora não seja atleticano, senti orgulho. Vi Usain Bolt, perder para um mortal, mas vencer uma máquina. Vi Anderson Silva perder o cinturão do UFC e encerrar o ano com uma grave contusão e uma imensa frustação. Vi as mulheres brasileiras brilhando no judô, vôlei, e até no handebol. Vi nossa seleção de futebol ganhar a Copa das Confederações e alimentar de esperança nossa crença no Hexa. Vi Neymar iniciar sua trilha europeia, Messi não ter uma ano brilhante e Cristiano Ronaldo ter razões para acreditar que o ano foi seu.
    Vi o Papa Francisco protagonizar uma belíssima Jornada Mundial da Juventude no Rio de janeiro, vi a solidariedade, me vi solidário. Vi a banda Charlie Brown Jr. perder Chorão e Champion, parece que é o fim. Emílio Santiago se despedir, assim como Reginaldo Rossi. Vi Nélson Mandela nos deixar, mas sua mensagem ecoar. Acho que ele partiu feliz.
     Talvez tenha sido o que mais vi em 2013. Queria ter visto mais justiça, mais solidariedade, mais paz, mais respeito com os doentes, menos doença e mais alegria. Mas nossos desejos para 2014 estão presentes para acreditarmos que o bom pode melhorar e o que foi ruim faz parte da vida, mas também de nós para mudar. E que com certeza podemos e devemos fazer a nossa parte para alterar o que foi ruim, rever o que foi polêmico e acreditar nos nossos atos.
FELIZ 2014 A TODOS!

sábado, 17 de agosto de 2013

A novela política continua.

     Certamente muitos de vocês viram ou ouviram falar da novela "O Salvador da Pátria". Mas para quem nunca ouviu comentários ou não se interessou (algo difícil mediante o sucesso desta teledramaturgia) segue aí uma breve apresentação. A história gira em torno do inesquecível personagem interpretado por Lima Duarte, Sassá Mutema, um bóia-fria que acaba sendo manipulado pelo deputado Severo Toledo que faz com que Sassá case-se com sua amante Marlene afim de que seu adultério seja cada vez mais camuflado. Mas após a morte de sua "esposa" e do corrupto jornalista Juca Pirama, que descobriu o casamento fajuto e explorou das piores formas possíveis o fato na mídia, o bóia-fria acaba sendo o principal suspeito do assassinato. Tempos depois quando sua inocência é provada, nosso protagonista passa a ganhar fama e é aclamado pelo povo. Assim, os políticos começam uma tentativa de fazer de Sassá o prefeito da cidade, mas ele acaba ganhando poder e conquistando posição política própria para revolta dos políticos. A novela muito famosa na época pela história romântica de Sassá Mutema e a "professorinha" Clotilde, também foi de uma riqueza impressionante para abordar situações políticas e corruptas infelizmente recorrentes até hoje.
     Pois é... De 1989 (ano da novela) para 2013 foram vinte e quatro anos, e em 2014 quando esse sucesso comemora exatamente duas décadas e meia, o Brasil poderá prestar uma irônica homenagem a esta querida novela global: a tentativa de eleger para nós um "Salvador da Pátria".
 
Sassá Mutema nos braços do povo na clássica novela de 1989.

O cálculo é simples: manifestações + revolta com os políticos consagrados = procurar nos novos valores de ficha limpa e apoio popular, um aliado para continuar comandando a máquina pública. Sabemos, na realidade que existem novos políticos que já surgem no cenário mal intencionados, mas que também existem os que aparecem sem sequer entender como funciona o jogo da política, chegam apenas na intenção de buscarem melhorias para os princípios básicos como educação e transporte. E estes devem ser os maiores alvos dos presidentes de partidos e outros poderosos políticos.  Nosso querido Sassá Mutema foi um inocente que em mãos ambiciosas transformou-se em um verdadeiro boneco de fantoche. Mas nesse caso os vinte e cinco anos evoluíram também para o errado. Não será um analfabeto a nova aposta dos políticos. Ele pode até não entender de ciências sociais, mas deve ter uma postura revolucionária, deve ser oriundo de grêmios estudantis, ser um líder nato e arrastar pessoas para reivindicarem seus direitos. Sim. Ele terá o perfil de um manifestante.
     E essa será a dificuldade. Quem representará o povo e quem estará a favor da manutenção do modelo político atual, haja vista que os dois terão o mesmo perfil? É... Para aqueles que pensavam que estas eleições seriam as mais fáceis podem ter se enganado completamente. Novas siglas surgirão, militantes do passado retornarão, nomes de partidos menores ganharão força e é claro que os gigantes da política nacional já estão cientes disso e prontos para contra atacar. Por isso, tomem muito cuidado em 2014! Afinal de contas, Salvadores da Pátria já tivemos muitos candidatos, e de inocentes como nosso querido Sassá Mutema, eles não tinham literalmente nada.


Imagem: http://contigo.abril.com.br
    

segunda-feira, 17 de junho de 2013

MANIFESTAÇÕES. A LUTA NÃO É A VIOLÊNCIA.


fonte: http://carmenamaral-abracodeluz.blogspot.com.br
      Em Brasília, a rampa do Congresso Nacional foi tomada e os invasores são ovacionados por outros manifestantes. Certamente um momento que entrará para a história. No Rio, A avenida Rio Branco conseguiu mobilizar milhares de pessoas, visto apenas no carnaval com o Cordão do Bola Preta. Os momentos, os protestos, tudo na realidade já começa a marcar uma página que os principais líderes do nosso país não gostariam de estar participando. A voz da sociedade, gente de todas as faixas etárias protestando, cansadas de apenas assistirem, e sim mostrando que o país tem opinião. Nossa jovem democracia de apenas trinta anos de idade começa a apresentar sinais de um belíssimo amadurecimento.
     Mas infelizmente muito ainda precisa ser aprendido. No Rio, um veículo foi incendiado. O mesmo ocorreu também em alguns pontos da Assembléia Legislativa do Estado (Alerj), no Centro. Manifestantes mais exaltados apedrejaram o local quebrando vários vidros. Alguns grupos punk's em outros estados pregam a anarquia, tentando incitar a violência. Desnecessário...
     Existem duas correntes: a que nos dá orgulho e a que nos gera vergonha. Muitos em meio a violência gritam pela paz, mas parece que uma minoria pensa que baderna é democracia. Por isso este grupo que se aproveita de uma festa democrática para incentivar tragédias e bater carteiras deve ser identificado, e severamente punido.
O que deve prevalecer é a vontade de fazer o respeito à população ser valorizado. A PEC 37, o aumento das passagens de ônibus, melhorias na saúde, na educação são temas que merecem protesto. Mas somos a voz, não o vandalismo. Aprender uns com os outros é um privilégio, e temos uma oportunidade fantástica de ensinar nossas futuras gerações a gritar em coro seus direitos. Por isso ver um prédio do século XVII como a Alerj às escuras e em meio a um cenário de guerra, é triste. É nosso patrimônio...
     O que se espera é que neste momento seja valorizado o orgulho de ser brasileiro, de exigir pacificamente nossos direitos. Até agora esta é a maior manifestação já registrada no país, com alcance e até mesmo apoio mundial. Que seja marcada por paz e não por sangue.


quinta-feira, 23 de maio de 2013

Neymar Jr.

     Será? Ele realmente mudou? O garoto rebelde de alguns anos atrás que enfrentava até mesmo seus próprios comandantes e protagonizava discussões pelo Twitter realmente alcançou o amadurecimento necessário? Bom, se me perguntarem, eu digo que sim. 
     Para muitos, Neymar Jr. continua sendo a imagem daquele adolescente que despontou para o futebol com doses cavalares de talento, mas também de arrogância e inconsequência dos seus atos. O melhor jogador do Brasil na atualidade ainda é visto por muitos como polêmico, mas, se pararmos para pensar um pouco podemos fazer a seguinte pergunta: Quais são suas polêmicas atuais? O atacante da Seleção Brasileira passou parte da sua adolescência e agora sua juventude bombardeado por críticas sobre seu comportamento. E embora muitas dessas críticas realmente tiveram seu merecimento, o que se vê atualmente é que Neymar hoje é mais criticado pelo que ele fez do que pelo que ele tem feito.
     
Neymar agradece o carinho da torcida cruzeirense em 2012.
fonte:http://tanosite.com
Não levanto aqui uma bandeira a favor do jogador, mas o que é necessário comentar é que seu amadurecimento começa a dar sinais de que está chegando dentro e fora das quatro linhas. As redes sociais não enfatizam mais o craque como outrora, e seus frequentadores pouco têm agitado ferozmente contra o rapaz dos multipenteados. Suas entrevistas coletivas têm sido mais lúcidas e com respostas menos tendenciosas. Seu sorriso irônico ainda existe, talvez nunca acabe, mais não é mais tão intenso como antes. Sua fisionomia de encrenqueiro tem dado lugar a um semblante mais simpático e sua postura agora começa a fazer mais sentido com a frase do técnico Muricy Ramalho após Neymar ser aplaudido pela torcida adversária (Cruzeiro) em 3 de novembro de 2012: "O Neymar hoje é um ídolo do Brasil e não apenas do Santos." Em campo, o jovem jogador mostrou no último jogo da final do Campeonato Paulista onde perdeu o título para o rival Corinthians, o princípio do abandono de uma característica nada interessante que possuía. Sua aptidão por se jogar em lances extremos, deu lugar a vontade de permanecer de pé, e mesmo quando dois ou mais marcadores o cercavam ele permanecia tentando seus dribles, e conseguia, na maioria das vezes.
     Se Neymar continuará sendo um astro da bola daqui há alguns anos, ninguém sabe. Se sua possível ida para a Europa, mais precisamente o Barcelona que possui representante até mesmo na casa do pai do jogador, renderá a ele ainda mais sucesso a ponto de colocar o mundo da bola aos seus pés como Messi merecidamente faz hoje em dia, também é impossível precisar. Mas o fato é que sua mudança, já é possível identificar. E gostando ou não dele, o craque já é quase uma unanimidade. Talvez seja hora de abrirmos mão das rivalidades estaduais no futebol para entendermos que foram de dois grandes opostos europeus (Real Madrid e Barcelona) que a Espanha formou a melhor seleção da atualidade.
     

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Um apanhado geral.


     
Terminal Rodoviário de Vila Velha após a ventania.
Fonte: G1.
Rio de Janeiro e Espírito Santo (mais precisamente o município de Vila Velha) sofreram muito com as chuvas e ventanias no começo da semana. Foram rajadas de vento de aproximadamente 90 km destruindo tapumes, derrubando muros, árvores e gerando um estado de apreensão imenso na população. Foram sinais de trânsito sem funcionamento em bairros de grande circulação, terminais rodoviários fechados e várias quedas de energia. A frente fria que estava programada para chegar no domingo (05/05) atrasou e logo na manhã de segunda-feira (06/05) apresentou-se de forma arrebatadora. Muitos locais ainda colhem os frutos nada saborosos dos estragos causados pela recente tempestade de vento, na esperança de que tão cedo não passem por essa experiência novamente.


     Mas nem sempre é preciso um caos generalizado para que situações incabíveis possam acontecer. O caso da menina Kerolly Alves Lopes (11 anos) baleada para defender o próprio pai, o serralheiro Sinomar Lopes, do dono de um restaurante em Aparecida de Goiânia, comoveu o país. A revolta do comerciante George Araújo foi devido a uma pizza que não foi paga em uma situação anterior por Sinomar. O absurdo ainda maior aconteceu quando, mesmo vendo que o rapaz estava em uma tentativa de ser protegido por suas duas filhas menores, Kerolly e sua irmã Pérola Alves (14 anos) que projetavam o corpo na frente do pai para que ele não sofresse nenhum ferimento consequente da fúria do comerciante, tiros são disparados e atingem a filha mais nova de Sinomar, um deles na cabeça. O autor dos disparos está foragido e a jovem baleada, hoje vista como uma heroína pela sua cidade, lutou pela vida por mais de uma semana no hospital, mas infelizmente às 20 horas da noite de domingo (05/05) não resistiu. Sua morte cerebral foi anunciada na manhã seguinte pela equipe médica do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) e mais um trágico caso infelizmente marca o país.


     São Paulo, Atlético-MG e Fluminense  entrarão em campo nesta quarta-feira (08/05) para a ansiedade de milhões de torcedores em todo o Brasil. A equipe do Morumbi precisa vencer o Galo (às 21:50hs de Brasília) por dois gols de diferença na casa do adversário. A tarefa torna-se ainda mais árdua devido ao time de Ronaldinho Gaúcho ter se classificado como a melhor equipe da fase de grupos. O Atlético é a equipe brasileira com maior vantagem nas oitavas de final da Libertadores.  A missão do “Time de Guerreiros”, que entra em campo no mesmo horário que são paulinos e atleticanos é menos delicada, mas também revestida de apreensão. Uma simples vitória por um a zero do tricolor das Laranjeiras classifica a equipe do técnico Abel Braga para as quartas de final. Pela frente o Emelec do Equador que mostrou ser um time veloz na competição e que pode, marcando um simples gol em São Januário, complicar o sonho da Libertadores do time carioca. Duas grandes capitais brasileiras (Belo Horizonte e Rio de Janeiro) possivelmente assistirão a confrontos inesquecíveis e fundamentais para o futuro do Brasil na competição mais importante das Américas.


Fonte: oglobo.globo.com
     Sessenta anos. É a idade que o mestre do Pop Rock nacional Lulu Santos completará no próximo sábado (11/05). Lulu coleciona sucessos desde os anos oitenta e este mês lançará um CD homenageando a dupla Roberto e Erasmo. Mas ao logo de sua carreira o cantor foi mais homenageado por suas composições do que prestador de reverências. Canções como De repente Califórnia, Toda forma de amor, Casa, Condição, Tempos Modernos, Assim caminha a humanidade e muitas outras, transformaram este cantor e compositor em um dos mais bem sucedidos da história da MPB. O professor do The Voice Brasil disse em entrevista ao jornal O Globo que mantém seus cabelos grisalhos assumindo o “senhor” que se tornou. A realidade é que poucos “senhores do rock” no mundo tiveram o privilégio alcançado por nosso último romântico, chegar a sexta década de sua vida ainda no auge e principalmente, bem distante de abandoná-lo. Um feito que só mesmo com o carisma e a competência de Lulu é possível conseguir.


sábado, 30 de março de 2013

O DESCASO DA SAÚDE PRIVADA.

    A matéria desta semana fala sobre um assunto delicado, mas que de tão surpreendente é até difícil acreditar, afinal de contas, os hospitais particulares deveriam ser referências em atendimento, triagem e diagnóstico, haja vista suas estruturas e investimentos. Mas não foi o que presenciei em minhas últimas passagens por estes locais. Fosse por necessidade pessoal ou mesmo de pessoas do meu convívio, encontrei situações similares e nada condizentes com a proposta que deveria ser encontrada em um lugar onde você "paga" para ser atendido.
   Para decidir escrever sobre isto, não colhi informações imaginando que um dia faria uma matéria. As coisas foram acontecendo e quando me dei conta, já tinha passado por quatro hospitais diferentes. Por isso a intenção não foi à caráter investigativo, colhendo provas e pessoas que comprovassem meus relatos. Quando percebi já tinha presenciado fatos suficientes para redigir sobre o que certamente muitos brasileiros passam diariamente nesses lugares.
    Minha percepção começou em Junho de 2012 quando de férias no Espírito Santo fui surpreendido por um mal estar de minha sobrinha afilhada de apenas sete meses de idade. Conduzido pelos meus tios a um dos hospitais particulares mais conceituados do estado, ao chegar, estranhei um fila imensa de espera. Era um começo de tarde no sábado e a emergência estava cheia. Por isso a triagem era fundamental para detectar casos prioritários. O problema foi exatamente este. Mais de duas horas para sair de uma fila de pré-diagnóstico e aguardar o atendimento médico. Resumo: cinco horas dentro do hospital.
    Chegando ao Rio de Janeiro nada mudou. Foram mais três hospitais particulares no estado e a mesma decepção. Um deles talvez seja o mais procurado de Jacarepaguá, zona oeste da cidade, e certamente o que acumula mais defeitos. Recepcionistas mal educados, triagem demorada, médicos ignorantes um ambiente inacreditável. Cansado de ir a este hospital e ficar uma média de quatro horas e meia entre triagem e liberação médica, por orientação da minha esposa fomos para um outro conceituado hospital, desta vez na zona norte da cidade, no bairro do Méier. Me perguntei meia hora depois de ter chegado porque saí do meu bairro já que encontrei "padrões" de atendimento tão parecidos. Minha esposa parecia não acreditar no que via, e eu, passando mal, só imaginava quando sairia daquele lugar. Foram quase duas horas para mais uma triagem até que descobriram que eu me encontrava no grupo dos tratamentos emergenciais, ou seja, segunda prioridade, atrás apenas dos casos chamados urgentes. Neste hospital foram cinco horas e meia até  a liberação tendo tomando apenas uma injeção na veia e um remédio via oral.
    Novamente em Jacarepaguá fui a uma das redes mais sofisticadas do estado e nem precisei literalmente de atendimento para localizar uma outra falha. Mais de meia hora entre a recepcionista pegar o meu cartão de convênio e me devolver dizendo que ali eu não poderia ser atendido.
   O que mais me impressionou vivenciando estas situações foi o descaso, a sensação de que estava pedindo socorro e não pagando por ele. Fossem crianças, mulheres ou casos emergenciais, a reação da maioria dos profissionais foi a mesma: desinteresse na pessoa humana. O que gostaria neste texto é que novas denúncias fossem feitas e que mais jornalistas pudessem mostrar isto de forma que as coisas pudessem ser melhores daqui pra frente. Afinal de contas, quem cuida do nosso bem mais valioso precisa agir com imensa responsabilidade, e não apenas como mais uma obrigação.
Fonte: http://hruy.blogspot.com.br/2011_12_01_archive.html
 

sábado, 23 de março de 2013

A nova brincadeira do século XXI: polícia e índio.

fonte: http://afinsophia.com/2013/01/
    A desocupação dos índios ontem (22) por volta das 11:45hs no antigo prédio do Museu do Índio no maracanã pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar, foi o suficiente para o Twitter e Facebook  tornarem-se verdadeiros pontos de debate cibernéticos. Mas antes de criticar (o que "apenas" parece ser fácil e simples) é importante tentar criar uma linha de entendimento do caso.
    É fato que o prédio conecta-se com a população indígena desde 1865, ou seja, ainda na época de Dom Pedro II, e que lá foi criada a FUNAI, antiga SPI (Serviço de Proteção ao Índio) por Marechal Rondon em 1910. Mas de nada adiantou toda a sua história. O antigo museu, também conhecido como Aldeia Maracanã, foi transferido para Botafogo (Zona Sul do Rio de Janeiro) em 1977. No entanto, o local foi ocupado por índios em 2006 quando a prefeitura já estudava a possibilidade de transformar o Casarão em espaço para eventos de grande porte. E mesmo não sendo mais aquele um estabelecimento para  fins de homenagens e moradas indígenas há vinte e nove anos, oca foi habitada. Não seria um presságio do que aconteceria sete anos depois?
    A crítica do (MPF) Ministério Público Federal, diretamente à forma desnecessária da polícia na desocupação do local, atuando após os índios abrirem o portão para a retirada de crianças e idosos, realmente é plausível. A transformação da avenida Radial Oeste em uma verdadeira praça de guerra foi um reflexo da revolta de manifestantes não apenas contra a desocupação, mas também à forma abusiva das autoridades policiais. Mais uma vez a polícia protagoniza uma notícia pela violência, exceto pelas ocupações das favelas pacificadas, mas esta talvez seja uma outra história, um outro método, ou uma outra negociação...
    O que é possível entender nessa história é que não há mocinho ou vilão. Os indígenas nossos heróis nacionais, assim como o Jeca são mais evidenciados em programas de humor do que em projetos para preservações de suas áreas. Aliás, é difícil lembrar uma época onde de fato nossos nativos receberam o devido crédito. No entanto não exitam em invadir quando necessário ou mesmo atacar, não com arco e flecha, mas a golpes de facão como fizeram com o engenheiro da Eletrobrás no Pará em 2008. Já os Policiais do Batalhão de Choque continuam sendo modelo de violência e repressão abusivas, mas embora sejam dessa forma, soa com incoerência o comportamento de manifestantes praticamente incitando pitbulls à atacar. Nossos políticos por sua vez, continuam com sua maior diversão: fazer promessas. A transferência do museu para Botafogo foi devido a alegação de que o casarão seria demolido para a construção de uma estação de metrô. Não saiu do papel. Depois o local ainda virou uma decadente feira da Cobal nos anos oitenta, até cair completamente no esquecimento. Por isso entende-se que muitas das revoltas que vemos por aí são incitadas e iniciadas principalmente pela falta de cumprimento do que se promete. Petrópolis e o estádio do Maracanã são exemplos claros disso, medidas provisórias e datas anunciadas, e pouco seguido à risca.
     Agora os índios deverão ser transferidos para Jacarepaguá (Curupaiti), onde haverão duas barracas com beliches, três contêineres, cozinha e sanitários. Lá, eles também pediram que fosse construído o Centro de Referência da Cultura Indígena, já concordado pelo estado. E assim tudo parece que vai caminhando para um final conformista, aliás como muita coisa no país. Mas não se esqueçam que ano que vem tem eleições. E todos tem que votar hein! Inclusive os índios. 
    

Fontes: 
http://oglobo.globo.com/rio/apos-manifestacoes-indios-aceitam-ficar-em-terreno-de-jacarepagua-7920038
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1250980-manifestantes-entram-em-confronto-com-policia-no-centro-do-rio.shtml
http://oglobo.globo.com/rio/museu-do-indio-funcionou-nos-arredores-do-maracana-na-zona-norte-de-1953-1977-7296844
http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL488653-5598,00.html

sábado, 16 de março de 2013

Habemus Papam

Fonte: http://www.acidigital.com

    Foi difícil mas o novo Papa Chegou. E parece que diferente de Bento XVI assume agradando a gregos e troianos. Pudera... Vindo direto da Argentina, ou como ele mesmo disse "...do fim do mundo..." referindo-se a localização do país no extremo sul do continente americano, o cardeal Jorge Mario Bergoglio há algum tempo já era forte nos bastidores da igreja Católica. Mas seu jeito tímido e humilde ofuscava tanto seu nome quanto seus feitos. Agora o catolicismo entra em uma direção definitiva para dividir o "joio do trigo". 

    Primeiro Papa latino-americano e Jesuíta da história, o pontífice não apenas vive a humildade mas também sonha com uma igreja que se aproxime dessa ideia de vida: "Como eu queria uma igreja pobre, e para os pobres." Disse o novo Papa. Inspirado a escolher o nome de líder católico pelo arcebispo emérito de São Paulo, Dom Cláudio Hummes, após uma frase dita pelo cardeal a ele em meio ao conclave, Bergoglio torna-se Papa Francisco em homenagem a São Francisco de Assis, santo italiano que pregava o amor aos pobres e a todas as criaturas. O que o Papa talvez não tenha percebido é que outra curiosidade belíssima ocorreu nessa escolha. Sua decisão também homenageou indiretamente um outro grande personagem de sua igreja. O caso é que São Francisco de Assis teve seu nome alterado por seu pai após uma viagem de negócios pela França. Antes se chamava João, por coincidência o mesmo nome do Papa que fez de Bergoglio cardeal em 2001: João Paulo II. 
    E é bem provável que o argentino possua popularidade tão forte quanto a do polonês. Afinal de contas escolheu  como referência um santo do povo e dono de frases sublimes como:  "Onde há amor e sabedoria, não tem temor nem ignorância." ou "Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível". E sua missão a partir de agora requer realmente muita sabedoria, paciência e crença em fazer do impossível, possível. Afinal de contas, abrandar um mundo mergulhado em guerras e resgatar a imagem de uma igreja que nos últimos tempos tem sido noticiada mais por casos de pedofilia e corrupção do que por suas obras, não será das funções mais fáceis. Mas o que se vê até o momento é que muitos acreditam que ele conseguirá intervir positivamente sobre esses casos, e principalmente, até agora são poucos os que duvidam disso.



Foto de 2006. O Cardeal Bergoglio, hoje Papa Francisco, lava e beija os pés de vicados em drogas na  Argentina.
Fonte: diariosp.com.br
Fontes:
http://pensador.uol.com.br/autor/sao_francisco_de_assis/
www.globo.comhttp://www.centrinho.usp.br/sfa/sf_01.html

quarta-feira, 6 de março de 2013

Duas lágrimas distintas. O Adeus a Chorão e Chávez.



Fonte: http://feraaa0001.blogspot.com.br
    Foram duas perdas de grandes proporções. E embora oriundas de segmentos diferentes da sociedade, registram um momento marcante na história. Seja ela discursada ou cantada.
    Enquanto no início dos anos noventa um militar iniciava uma tentativa mal sucedida de um golpe de estado no vizinho país venezuelano, o Brasil caminhava sua pós ditadura dando mais poder de opinião a arte musical. A repressão que nas últimas décadas era evidente dessa vez dava espaço a um som mais despreocupado com o teor das mensagens. 
    Com o tempo, um tal de Hugo Chávez começa a aparecer na mídia internacional. Dotado de um carisma pouco visto e ideias revolucionárias, ele iniciava uma alienação direta ao povo venezuelano com promessas de direitos justos e iguais; um novo socialismo. Nas terras brasileiras pouco se falava sobre o postulante a ditador. Diferentes dos de lá , os adolescentes daqui estavam vislumbrados com novas modalidades de som, e uma banda com nome de desenho animado já se inseria com força nesse contexto. O Charlie Brown Jr. contagiava pela linguagem solta e muitas vezes desbocada, mas principalmente por uma levada musical que era a cara do jovem noventista: livre.
Fonte: http://www.sajnoticias.com.br
    Acima do mapa brasileiro, a política começava a virar negócio e teatro. Chávez usava a própria constituição para dar seu golpe de estado e atraía o público cada vez mais dizendo que ele era a solução e os Estados Unidos, a terra de Satã. Já Chorão não tinha receio de cantar aos sete ventos: “Hoje eu acordei para matar o presidente” contanto que sua letra fosse do jeito que bem entendesse. Já em Caracas, o então governante venezuelano instaurava um regime preparado e articulado para que seu domínio fosse eterno. Charlie Brown por sua vez crescia junto com seus fãs e fabricavam novos admiradores a cada dia, sem pedir, simplesmente por ser Charlie Brown.
    A revolta contra Chávez alcançava fronteiras internacionais, causando tremores diplomáticos e até mesmo discussões verbais em assembleias da ONU. No universo do vocalista da banda santista as brigas eram braçais mesmo, em pleno aeroporto e envolvendo uma outra grande banda da geração noventa: Los Hermanos. E como no governo venezuelano, sua função era liderar custe o que custar e doa a quem doer. Champion, seu baixista e grande “amigo” sentiu na pele essa tese.
    E quando em um intervalo de menos de 24 horas são noticiadas as  mortes deste dois curiosos integrantes da história recente de seus segmentos (político e musical), é possível perceber que suas ideias ainda serão muito disseminadas por seus seguidores. Uma Venezuela endividada, refém de importações e com uma inflação completamente abusiva aguarda o próximo governante, seja ele chavista ou não. Já o rock nacional perde um de seus principais representantes da atualidade sem possibilidade de uma sucessão. Chorão tinha um estilo singular de compor e cantar mesmo sem muito recurso vocal para isso. E embora fosse o rei de apologias a drogas e sexo, não abria mão de tocar a alma com canções de acalanto ou criticar políticos com melodias rebeldes. Quem diria que um trecho de sua obra ilustraria tão bem o futuro de um país que depois da perda de seu líder parece ainda não saber como seguir.
Buscando um novo rumo que faça sentido nesse mundo louco, com o coração partido.” 

domingo, 27 de janeiro de 2013

A tragédia de Santa Maria - RS.

   A cidade universitária de Santa Maria - RS foi marcada por uma tragédia de repercussão internacional. Um incêndio na boate Kiss, na madrugada deste domingo (27) onde ocorria uma festa para estudantes de faculdades do local já vitimou 231 mortos centenas de feridos.
  As causas do acidente ainda não estão oficialmente confirmadas. Há a possibilidade, segundo relatos de sobreviventes, do incêndio ter sido gerado pelas faíscas de um artefato (sinalizador) utilizado pelo vocalista de uma das bandas que participaram do evento. Outra informação preliminar é que foi fechada a única saída da boate no momento do tumulto e que muitas pessoas no desespero se confundiram e correram para o banheiro ao invés de  se deslocarem para a porta oficial de retirada do local.
  O evento teria começado por volta da meia-noite e há a possibilidade de ter ocorrido uma superlotação do espaço que tem capacidade para duas mil pessoas. O incêndio começou oficialmente por volta das duas e meia quando os primeiros registros do corpo de bombeiros e polícia militar aconteceram. A partir desse momento o desespero tomou conta da rua dos Andradas - Centro de Santa Maria, onde a boate está localizada. Estudantes carregavam feridos, aplicavam massagens cardíacas e até mesmo quebravam paredes para eliminar parte da fumaça que intoxicava as pessoas que ainda estavam dentro do lugar.
  A presidente Dilma Rousseff deu declaração emocionada em Santiago, no Chile. Já se deslocando para o Rio Grande do Sul, onde foi secretária de Energia, Minas e Comunicação em 1993. Dilma informou que neste momento o povo de Santa Maria é quem mais precisa de seu apoio e que seus ministros já estão na cidade ou a caminho do local. Ela encerrou a declaração quase em prantos tranquilizando a nação dizendo que todo apoio será dado principalmente às famílias das vítimas.
  Mas a mobilização popular já começa a acontecer. A cidade solicita desde o começo da manhã a presença de enfermeiros, médicos e psicólogos dos municípios vizinhos. Neste momento grandes referências  da imprensa mundial  como a emissora britânica BBC e o jornal espanhol "El País" já dão grande destaque ao acontecido. O incêndio já foi controlado, mais o acontecido ainda está longe de uma apuração final que infelizmente já marcou o Brasil por mais uma grande tragédia em sua história.