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fonte: http://afinsophia.com/2013/01/ |
A desocupação dos índios ontem (22) por volta das 11:45hs no antigo prédio do Museu do Índio no maracanã pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar, foi o suficiente para o Twitter e Facebook tornarem-se verdadeiros pontos de debate cibernéticos. Mas antes de criticar (o que "apenas" parece ser fácil e simples) é importante tentar criar uma linha de entendimento do caso.
É fato que o prédio conecta-se com a população indígena desde 1865, ou seja, ainda na época de Dom Pedro II, e que lá foi criada a FUNAI, antiga SPI (Serviço de Proteção ao Índio) por Marechal Rondon em 1910. Mas de nada adiantou toda a sua história. O antigo museu, também conhecido como Aldeia Maracanã, foi transferido para Botafogo (Zona Sul do Rio de Janeiro) em 1977. No entanto, o local foi ocupado por índios em 2006 quando a prefeitura já estudava a possibilidade de transformar o Casarão em espaço para eventos de grande porte. E mesmo não sendo mais aquele um estabelecimento para fins de homenagens e moradas indígenas há vinte e nove anos, oca foi habitada. Não seria um presságio do que aconteceria sete anos depois?
A crítica do (MPF) Ministério Público Federal, diretamente à forma desnecessária da polícia na desocupação do local, atuando após os índios abrirem o portão para a retirada de crianças e idosos, realmente é plausível. A transformação da avenida Radial Oeste em uma verdadeira praça de guerra foi um reflexo da revolta de manifestantes não apenas contra a desocupação, mas também à forma abusiva das autoridades policiais. Mais uma vez a polícia protagoniza uma notícia pela violência, exceto pelas ocupações das favelas pacificadas, mas esta talvez seja uma outra história, um outro método, ou uma outra negociação...
O que é possível entender nessa história é que não há mocinho ou vilão. Os indígenas nossos heróis nacionais, assim como o Jeca são mais evidenciados em programas de humor do que em projetos para preservações de suas áreas. Aliás, é difícil lembrar uma época onde de fato nossos nativos receberam o devido crédito. No entanto não exitam em invadir quando necessário ou mesmo atacar, não com arco e flecha, mas a golpes de facão como fizeram com o engenheiro da Eletrobrás no Pará em 2008. Já os Policiais do Batalhão de Choque continuam sendo modelo de violência e repressão abusivas, mas embora sejam dessa forma, soa com incoerência o comportamento de manifestantes praticamente incitando pitbulls à atacar. Nossos políticos por sua vez, continuam com sua maior diversão: fazer promessas. A transferência do museu para Botafogo foi devido a alegação de que o casarão seria demolido para a construção de uma estação de metrô. Não saiu do papel. Depois o local ainda virou uma decadente feira da Cobal nos anos oitenta, até cair completamente no esquecimento. Por isso entende-se que muitas das revoltas que vemos por aí são incitadas e iniciadas principalmente pela falta de cumprimento do que se promete. Petrópolis e o estádio do Maracanã são exemplos claros disso, medidas provisórias e datas anunciadas, e pouco seguido à risca.
O que é possível entender nessa história é que não há mocinho ou vilão. Os indígenas nossos heróis nacionais, assim como o Jeca são mais evidenciados em programas de humor do que em projetos para preservações de suas áreas. Aliás, é difícil lembrar uma época onde de fato nossos nativos receberam o devido crédito. No entanto não exitam em invadir quando necessário ou mesmo atacar, não com arco e flecha, mas a golpes de facão como fizeram com o engenheiro da Eletrobrás no Pará em 2008. Já os Policiais do Batalhão de Choque continuam sendo modelo de violência e repressão abusivas, mas embora sejam dessa forma, soa com incoerência o comportamento de manifestantes praticamente incitando pitbulls à atacar. Nossos políticos por sua vez, continuam com sua maior diversão: fazer promessas. A transferência do museu para Botafogo foi devido a alegação de que o casarão seria demolido para a construção de uma estação de metrô. Não saiu do papel. Depois o local ainda virou uma decadente feira da Cobal nos anos oitenta, até cair completamente no esquecimento. Por isso entende-se que muitas das revoltas que vemos por aí são incitadas e iniciadas principalmente pela falta de cumprimento do que se promete. Petrópolis e o estádio do Maracanã são exemplos claros disso, medidas provisórias e datas anunciadas, e pouco seguido à risca.
Agora os índios deverão ser transferidos para Jacarepaguá (Curupaiti), onde haverão duas barracas com beliches, três contêineres, cozinha e sanitários. Lá, eles também pediram que fosse construído o Centro de Referência da Cultura Indígena, já concordado pelo estado. E assim tudo parece que vai caminhando para um final conformista, aliás como muita coisa no país. Mas não se esqueçam que ano que vem tem eleições. E todos tem que votar hein! Inclusive os índios.
Fontes:
http://oglobo.globo.com/rio/apos-manifestacoes-indios-aceitam-ficar-em-terreno-de-jacarepagua-7920038
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1250980-manifestantes-entram-em-confronto-com-policia-no-centro-do-rio.shtml
http://oglobo.globo.com/rio/museu-do-indio-funcionou-nos-arredores-do-maracana-na-zona-norte-de-1953-1977-7296844
http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL488653-5598,00.html
http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL488653-5598,00.html
Infelizmente nossa história sempre será esfacelada por essa cultura de politicagem egoísta... Fazem sempre pra se promover ou mamar nas tetas da sociedade ao invés de governar para a sociedade (o que não se resume em pequena parcela da população!) Belo texto e contexto histórico!
ResponderExcluirObrigado Luiz! Continue participando! Sua opinião é hiper, mega, super importante! Nosso país precisa de muitas soluções e tantos protestos são o resultado disso.
ExcluirGRANDE ABRAÇO.