Você nasceu em meados dos anos 80? É pai de alguém que nasceu? Bom, pelo menos conhece alguma pessoa nascida nessa época... Então, seja você nascido, conhecido, pai, mãe, tio, irmão ou coisa parecida de algum felizardo que, assim como eu, chegou ao mundo na penúltima década do século XX, saiba que grande parte destes oitentistas têm algo bastante característico em comum: a paixão pela música antiga. Mas por quê? O que faz os gerados na oitava década do século passado estarem tão unidos pela nostalgia musical? Na minha modesta opinião trata-se da rádio e do rádio.

Antes de desenvolver este texto pensei na minha adolescência nos anos 90. E foi neste momento que comecei a entender a diferença entre os adolescentes noventistas e a galera
teen do ano 2000. Nossas noites, em muitos casos eram na companhia do bom e velho
Walkman e também do seu sucessor
Discman. Era o nosso grande amigo das madrugadas. E quando não estávamos escutando uma fita ou CD gravados por nós mesmos, conduzíamos nossas noites sintonizando nos famosos programas
Good Times espalhados pela grande maioria das rádios da época. Tocava de tudo:
The Police, Roxette, Brian Adams, Guns'N Roses (a famosa música do assobio "Patience" tocava toda a semana...), Bon Jovi, U2, sem falar na turma nacional:
Paralamas do Sucesso, Legião Urbana, Rita Lee, Engenheiros do Hawaii, Lulu Santos, Raul Seixas, Tim Maia e muitos outros. E desta forma as músicas antigas se conectavam as nossas vidas, fazendo com que conhecêssemos uma geração que abraçou a fama na época que ainda éramos crianças.
Hoje em dia quando alguém canta um sucesso como:
Doce Vampiro, Me dê motivo, Gita, Pra ser sincero ou Vento no litoral, é como se estivéssemos, para os mais novos, confessando que somos de uma geração que na verdade nossos ídolos eram. Não que os grandes nomes musicais dos anos 90 estivessem excluídos, muito pelo contrário, eles estavam presentes, e com uma variedade de ritmos fantástica. Mas eles eram para curtir de uma forma, um jeito mais agitado e menos recolhido.
E de repente chegamos a 2012. Uma outra mentalidade. Uma outra forma de escutar música, dissociado do fim de noite que agora é curtido por crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos do jeito solitário mais populoso existente: a internet.
Pois é... O mundo mudou completamente. Mas é bom entender a razão de algumas coisas que nos prendem a um período gostoso das nossas vidas. Não faço ideia de qual passado do passado os novos adultos da década atual começarão a carregar em suas lembranças, acredito que algo ligado à TV talvez, já que fazem parte de uma geração completamente visual. Mas que é inigualável desconectar da Web, selecionar minhas músicas e viajar no tempo antes de dormir, isso é... Afinal de contas: meu
Good Times agora é lembrar do
Good Times.
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