Postagens populares

quinta-feira, 29 de março de 2012

"Avenida Brasil". Um belo caminho no horário nobre.

   Há um bom tempo não tenho acompanhado novelas. É claro que o excesso de ocupações torna-se uma grande desculpa nestes casos, mas a realidade é que para quem dispõe de raríssimas horas para entretenimento, o programa tem que ser realmente muito interessante para deixar você ligado na telinha. E a nova trama das nove preencheu todos os atrativos necessários para isto em seus primeiros capítulos.
   Bastante elogiada pela Veja (salvo a abertura) e alfinetada por Aguinaldo Silva, a teledramaturgia do horário nobre ainda não merece uma crítica segundo a minha modesta opinião. No primeiro capítulo Tony Ramos simplesmente deu um show de interpretação. Mostrou porque é um dos "monstros sagrados" da interpretação nacional. Imbatível, incontestável, fantástico. Adriana Esteves não ficou para trás, assim com Alexandre Borges que, ao que tudo indica, comandará o elenco cômico da dramaturgia. Já Murilo Benício tem se esforçado para parecer um jogador de futebol, mas não tem conseguido. Algo perdoável já que a passagem de tempo da novela o transformará em um atleta aposentado.
   O texto de João Emanuel Carneiro é claro, leve e atrativo, e tratando de temas tão complexos como ambição, ganância, marginalidade e infidelidade, percebe-se o quanto seus primeiros capítulos foram escritos com grande talento.
   E o polêmico ritmo angolano Kuduru, que embala a abertura da novela? Embora não esteja entendendo outra razão para a sua existência a não ser atrair a cultura de massa, confesso que estou gostando. Me fez lembrar Sidney Magal em 1990 no auge da Lambada cantando Me chama que eu vou em Rainha da Sucata. Bom, naquela época tanto a novela quanto a abertura deram certo, e é bem provável que algum companheiro de profissão tenha criticado também, no entanto, até hoje elas são lembradas tanto em rodas de amigos como em programas de televisão. É fato que o ritmo africano nem se compara a febre da "Dança Proibida" na última década do século XX, mas nada como a inserção em uma grande teledramaturgia para um ritmo e uma música se tornarem febre.
    Continuo na torcida por Avenida Brasil. Que a audiência possa ganhar cada vez mais força e que o país seja presenteado com mais uma histórica trama das nove. E só uma dica Carneiro: nada de ressuscitar vilão e levantar ferramenta na última cena ok?

Nenhum comentário:

Postar um comentário