Incrível. Fantástico. Desastroso. A soma destes adjetivos podem resumir bem a mistura de sensações que os rubro-negros vivenciaram na última rodada do seu grupo na Taça Santander Libertadores. O Flamengo foi eliminado alguns minutos após a vitória sobre o Lanús - ARG por 3 a 0, graças a um gol do Emelec -EQU diante do Olimpia - PAR que desempatou a partida aos 47 min. do segundo tempo, um minuto após ter levado o gol de empate, resultado que classificaria o Fla.
A apatia dos jogadores, as lágrimas de Vágner Love e o coro de ahhhhhhhhh em tom de lamentação da torcida no Engenhão logo após o gol do time equatoriano no Paraguai, serão as lembranças que mais marcarão a história de mais uma tragédia para o futebol brasileiro. Mas a realidade é que, felizmente para os rivais e infelizmente para o time da Gávea, a equipe de maior torcida do Brasil vem se acostumando a protagonizar tragédia futebolísticas. América do México, Universidad de Chile (La "U") e Santo André são exemplos de equipes que os flamenguistas se arrepiam quando ouvem falar tal qual uma cena de terror no cinema. O Flamengo aprendeu o que não devia: fazer a torcida colecionar traumas de jogos desastrosos.
Mas nada disso tem a ver com apenas uma exibição. O rubro-negro vive há algum tempo respirando por aparelhos no que se trata de administração. Se não fosse o campeonato brasileiro de 2009 e os estaduais recentes, as lamentações agora poderiam ser bem piores, distantes de competições internacionais e até mesmo da tropa de elite do futebol nacional. Acostumado a viver da empolgação e da reação nos últimos anos, o Flamengo agora tem todos os ingredientes amargos e indigestos para entender que não basta apenas torcer, vibrar ou mobilizar, é preciso organizar, coordenar, planejar. A eliminação não começou neste jogo, e sim há alguns meses com discussões entre diretoria e patrocinador, atrasos de salários, clima tenso entre técnico e craque do time e falta de contratações. Tudo isso, reflexo de uma clara má administração que pode melhorar com os mesmos líderes que estão lá, mas passando por uma mudança conceitual e uma atitude radical para varrer dirigentes que não estão somando e sim multiplicando problemas.
Que o time carioca sirva como lição às outras equipes brasileiras na Libertadores, principalmente para o seu rival Vasco da Gama, que começa a colecionar polêmicas extra-campo, assim como o rubro-negro fez no começo do ano, e que a própria diretoria flamenguista possa entender de uma vez por todas que jogo, classificação e título se ganha dentro de campo, mas é bem longe dos gramados que a conquista começa a ser traçada.
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