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quarta-feira, 18 de abril de 2012

O conto de Cachoeira.

  Era uma vez um partido chamado PT. Com fortes chances de se tornar o grupo que imperaria a reinado brasileiro, seus representantes partiram em busca de apoio para que pudessem ganhar ainda mais força. Certa vez, um assessor chamado Waldomiro Diniz, faz contato com o empresário Carlos Cachoeira e pede a ele uma "ajudinha" para arrecadar fundos a favor da campanha do seu partido. Em troca, Diniz, que assessorava um senhor chamado José Dirceu, ajudaria Cachoeira em uma disputa pública na província do Rio de Janeiro.
    O acordo foi feito, o PT venceu, seu rei imperou e o escândalo chegou. A ajuda prometida pelo assessor Diniz não aconteceu, e Carlinhos Cachoeira, ofendido, decidiu divulgar uma fita onde toda a gravação em vídeo solicitando o "pequeno auxílio" feito por Waldomiro estava registrada. Escândalo formado, reinado petista em crise e muita confusão no império, depois do primeiro grande escândalo envolvendo os comandados do rei Lula I. As pessoas só falavam em corrupção, investigação, apuração, mensalão, mensalinho e tudo mais que envolvesse a crise imperial do PT. Depois de muito ser dito e pouco ser feito o escândalo foi perdendo força até tornar-se uma leve brisa em meio ao Planalto Central. 
fonte: amarildocharge.wordpress.com
http://amarildocharge.wordpress.com/
   Então, uma década depois da gravação da famosa fita, as autoridades prendem Carlinhos Cachoeira acusado da exploração de máquinas de caça-níquel em sua província (Goiás). E as famosas gravações novamente entregam novos integrantes a um grupo vasto de candidatos a corruptos. Escutas são apresentadas e mostram o senador da república Demóstenes Torres, presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) , também da província goiana, em supostas conversas sobre propina com Cachoeira, indicando um político a dar preferência para os serviços da construtora Delta, empreiteira ligada diretamente ao nosso personagem real.
    Atualmente o protagonista desta história vive transitando pelos presídios do país. Sua última viagem foi de Mossoró (RN) para o presídio da Papuda (DF). E assim ele permanece ganhando fama por toda a nação e até mesmo sendo "homeageado" nos muros do império com a quase criada CPI do Cachoeira. Este conto político não se encerra aqui. Talvez nunca termine ou talvez termine de um jeito que não gostaríamos. Afinal de contas, diferente dos contos de fadas, histórias políticas do império brasileiro nem sempre terminam com final feliz. 
   

quinta-feira, 12 de abril de 2012

A desclassificação mais épica da Libertadores.

    Incrível. Fantástico. Desastroso. A soma destes adjetivos podem resumir bem a mistura de sensações que os rubro-negros vivenciaram na última rodada do seu grupo na Taça Santander Libertadores. O Flamengo foi eliminado alguns minutos após a vitória sobre o Lanús - ARG por 3 a 0, graças a um gol do Emelec -EQU diante  do Olimpia - PAR que desempatou a partida aos 47 min. do segundo tempo, um minuto após ter levado o gol de empate, resultado que classificaria o Fla.
    A apatia dos jogadores, as lágrimas de Vágner Love e o coro de ahhhhhhhhh em tom de lamentação da torcida no Engenhão logo após o gol do time equatoriano no Paraguai, serão as lembranças que mais marcarão a história de mais uma tragédia para o futebol brasileiro. Mas a realidade é que, felizmente para os rivais e infelizmente para o time da Gávea, a equipe de maior torcida do Brasil vem se acostumando a protagonizar tragédia futebolísticas. América do México, Universidad de Chile (La "U") e Santo André são exemplos de equipes que os flamenguistas se arrepiam quando ouvem falar tal qual uma cena de terror no cinema. O Flamengo aprendeu o que não devia: fazer a torcida colecionar traumas de jogos desastrosos.
    Mas nada disso tem a ver com apenas uma exibição. O rubro-negro vive há algum tempo respirando por aparelhos no que se trata de administração. Se não fosse o campeonato brasileiro de 2009 e os estaduais recentes, as lamentações agora poderiam ser bem piores, distantes de competições internacionais e até mesmo da tropa de elite do futebol nacional. Acostumado a viver da empolgação e da reação nos últimos anos, o Flamengo agora tem todos os ingredientes amargos e indigestos para entender que não basta apenas torcer, vibrar ou mobilizar, é preciso organizar, coordenar, planejar. A eliminação não começou neste jogo, e sim há alguns meses com discussões entre diretoria e patrocinador, atrasos de salários, clima tenso entre técnico e craque do time e falta de contratações. Tudo isso, reflexo de uma clara má administração que pode melhorar com os mesmos líderes que estão lá, mas passando por uma mudança conceitual e uma atitude radical para varrer dirigentes que não estão somando e sim multiplicando problemas.
   Que o time carioca sirva como lição às outras equipes brasileiras na Libertadores, principalmente para o seu rival Vasco da Gama, que começa a colecionar polêmicas extra-campo, assim como o rubro-negro fez no começo do ano, e que a própria diretoria flamenguista possa entender de uma vez por todas que jogo, classificação e título se ganha dentro de campo, mas é bem longe dos gramados que a conquista começa a ser traçada.
   

terça-feira, 10 de abril de 2012

Da Central do Brasil à Vila Madalena. Uma ponte Rio-São Paulo de violência.

    Nas últimas semanas o país está presenciando uma onda gigante de crimes que parecem ter aderido a moda retrô e voltaram a assustar a população. Os arrastões paulistas e os assaltos na Central do Brasil (RJ) ocupam demasiadamente as páginas dos jornais, causando medo e tensão aos moradores dos estados mais populares do território brasileiro.
fonte: jornalfloripa.com.br (Condomínio de luxo em São Paulo).
fonte: google. Central do Brasil - RJ.
   O mais preocupante é que esses delitos parecem ter uma ligação maior do que o próprio ato violento. No final de Março um suspeito de comandar pelo menos seis assaltos em São Paulo foi preso no Rio. E aí é que está o grande problema. Segundo policias paulistas o assaltante está sendo acobertado por comparsas cariocas. Infelizmente, Ainda estão nas nossas lembranças os ônibus em chamas nos dois estados há alguns anos, devido ao crime organizado que articulou todo aquele terror. Agora as duas cidades parecem estar na eminência de um acontecimento sério,  casos que repercutem todo o mundo como o Ônibus 174 por exemplo.
                                                                                               As pacificações cariocas também estão atravessando seu momento mais complicado. As favelas da Rocinha e do Alemão foram as mais comemoradas com a chegada das UPPs mas são também as que têm dado mais trabalho as autoridades. Não é novidade que bandidos ainda estão escondidos nas comunidades. Segundo informações, a polícia carioca já tem aproximadamente 100 casas mapeadas na Rocinha graças as informações do disk denúncia que possui uma margem de aproximadamente 80% de eficiência. Mesmo assim muito ainda se fala sobre os dois locais. Em Sampa, as autoridades policiais têm se empenhado bastante na busca pela prisão dos assaltantes protagonistas dos arrastões. Mas o trabalho se torna ainda mais difícil quando integrantes da própria corporação são presos suspeitos de participações nos crimes. No estado de São Paulo, os bandidos ainda roubam carros semelhantes aos dos moradores dos condomínios, clonam as placas e até se disfarçam de polícias reproduzindo roupas, distintivos e até mesmo automóveis da polícia Civil.
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   O crime no eixo Rio-SP vai se organizando cada vez mais, conquistando novos adeptos, e voltando a gerar na população um clima pesado e assustador. Um temor que nunca deixamos de ver mas que jamais estaremos preparados para recebê-lo de forma tão nítida e aceitá-lo de maneira tão normal em nossas vidas.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Jovens adultos e nostálgicos.

   Você nasceu em meados dos anos 80? É pai de alguém que nasceu? Bom, pelo menos conhece alguma pessoa nascida nessa época... Então, seja você nascido, conhecido, pai, mãe, tio, irmão ou coisa parecida de algum felizardo que, assim como eu, chegou ao mundo na penúltima década do século XX, saiba que grande parte destes oitentistas têm algo bastante característico em comum: a paixão pela música antiga. Mas por quê? O que faz os gerados na oitava década do século passado estarem tão unidos pela nostalgia musical?  Na minha modesta opinião trata-se da rádio e do rádio.
   Antes de desenvolver este texto pensei na minha adolescência nos anos 90. E foi neste momento que comecei a entender a diferença entre os adolescentes noventistas e a galera teen do ano 2000. Nossas noites, em muitos casos eram na companhia do bom e velho Walkman e também do seu sucessor Discman. Era o nosso grande amigo das madrugadas. E quando não estávamos escutando uma fita ou CD gravados por nós mesmos, conduzíamos nossas noites sintonizando nos famosos programas Good Times espalhados pela grande maioria das rádios da época. Tocava de tudo: The Police, Roxette, Brian Adams, Guns'N Roses (a famosa música do assobio "Patience" tocava toda a semana...), Bon Jovi, U2, sem falar na turma nacional: Paralamas do Sucesso, Legião Urbana, Rita Lee, Engenheiros do Hawaii, Lulu Santos, Raul Seixas, Tim Maia e muitos outros. E desta forma as músicas antigas se conectavam as nossas vidas, fazendo com que conhecêssemos uma geração que abraçou a fama na época que ainda éramos crianças.
    Hoje em dia quando alguém canta um sucesso como: Doce Vampiro, Me dê motivo, Gita, Pra ser sincero ou Vento no litoral, é como se estivéssemos, para os mais novos, confessando que somos de uma geração que na verdade nossos ídolos eram. Não que os grandes nomes musicais dos anos 90 estivessem excluídos, muito pelo contrário, eles estavam presentes, e com uma variedade de ritmos fantástica. Mas eles eram para curtir de uma forma, um jeito mais agitado e menos recolhido.
    E de repente chegamos a 2012. Uma outra mentalidade. Uma outra forma de escutar música, dissociado do fim de noite que agora é curtido por crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos do jeito solitário mais populoso existente: a internet.


   Pois é... O mundo mudou completamente. Mas é bom entender a razão de algumas coisas que nos prendem a um período gostoso das nossas vidas. Não faço ideia de qual passado do passado os novos adultos da década atual começarão a carregar em suas lembranças, acredito que algo ligado à TV talvez, já que fazem parte de uma geração completamente visual. Mas que é inigualável desconectar da Web, selecionar minhas músicas e viajar no tempo antes de dormir, isso é... Afinal de contas: meu Good Times agora é lembrar do Good Times.