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terça-feira, 9 de novembro de 2021

MINHA QUERIDA COLUNA. Vida louca vida...

     Uma coisa eu tenho certeza que esse novo normal me entregou: A capacidade de produzir, tanto dentro do quarto quanto no palco ou ao volante. Os começos de semana têm sido assim... Sentado na cama, café preto para acordar, olhos sonolentos pelo efeito Melí e... Bora começar a resolver os pepinos. 
     Antes, a cada saboreada do delicioso café da prima Leila, a TV mostra a continuidade de uma notícia difícil de digerir. Marília... Meu Deus... Como pode... A melhor cantora brasileira na atualidade, vencedora de Grammy, recordista mundial de público em uma live, compositora incrível, voz fenomenal, auge da carreira, 26 anos... Uma menina... Uma menina. Doeu, viu... Lembrei do sábado passado. Como foi lindo! Em pleno show de rock nacional, a platéia cantando comigo "Ciumeira", "Infiel" e "Amante não tem lar". Foram apenas os refrões, mas o suficiente para dimensionar o tamanho da rainha do feminejo. Gigante! Unânime! Certamente eterna. Mais uma voz para o ilustre coral que nos ilumina lá de cima!
   Respiro fundo... Termino o café. Agora começam as burocracias. DETRAN, Congelar academia 😌 resolver pendências do seguro odontológico. Antes, já que desci... Videozinho básico da Melí... Mais tarde vai virar Feed 😉 Ao subir novamente para o quarto, descubro que depender dos outros é f... Cadê o e-mail do seguro odontológico para pagar a fatura? Por quê não consigo fazer um simples agendamento por telefone com o DETRAN? Academia? Eu tenho que ir a unidade para congelar a matrícula? Voltei aos anos 90? Tá rolando o que no cinema? Titanic? Pois é, uma manhã inteira e... Nada.
   Bom, me resta ir a oficina onde instalei o gás do carro e pegar a documentação para homologar o GNV. De lá, ligo o app e, partiu trabalhar com transporte para garantir a meta do dia! E parece que a minha salvação só será acreditar nisso mesmo... Na oficina, faltaram papéis: "Manda a foto da papelada pelo ZAP que eu te reenvio a documentação por lá também. Nem precisa vir aqui dinovo." Disse Rogério, o dono da convertedora, no intuito de amenizar a minha frustração. Conseguiu. Em parte. Afinal de contas era a quarta porrada burocrática que eu recebia em cinco horas. Já estava nas grades e com um peso pesado do MMA mandando jab, cruzado e gancho sem dó nem piedade. Um "passageiro da agonia", segundo o Rhodes.
   Bom, vamos lá... Até agora só perdi tempo e dinheiro 💸 Tá na hora de fazer o tempo virar grana! App ligado! Vamos nessa. Curicica x Barra. Meu Deus... Que preço é esse... Mas é de baixo que se começa. Próxima! Barra x Freguesia. Continuamos catando 🌽 Desiste não! Freguesia x Nova Iguaçu. Opa. Vai dar caldo... Ops... Cuma... Oi??? Valor R$56,00 ??????? Será que eles sabem aonde fica Nova Iguaçu e que são cinco horas da tarde? Parece que não. Aliás, a julgar pelo preço que cobram da maioria das corridas, desconfiam que os donos destas plataformas de transporte são marcianos 😏 Mas vamos lá! Partiu Nova Iguaçu. A cliente é super gente fina! Dariellen. A conversa flui tão bem que até demoro a perceber que estou engarrafado na Pavuna 😬 No fim, Dariellen chega a tempo para a sua aula de enfermagem. Já o meu caso, esse sim está a ponto de me levar ao hospital por enfarto! Um número desses, em Nova Iguaçu, quase sete da noite? Rapaz... 
   Bom, vamos colocar o destino em direção a Barra da Tijuca! Quem sabe chego lá com um número melhor. Ativado! Vamos lá celular! Me ajuda aí! Primeiro: Nova Iguaçu x Nova Iguaçu. Cancelo! Não é isso que quero. Segundo: Nova Iguaçu x Nova Iguaçu. Cancelado. Será que esse app entendeu o que pedi? Terceiro. Adivinha? Convite a explorar Nova Iguaçu. Aceito. Meia hora dirigindo... Dez reais. Destino final: comunidade. Hoje não é meu dia... E depois de descobrir que o Uber e a 99 devem trabalhar em parceria com a secretaria de turismo de Nova Iguaçu, sigo o meu caminho "batendo banco" para o Rio. Voltando, algumas tentativas frustradas de voltar para a cidade com passageiros. Foram poucas... Assim... Umas trinta! Quarenta, talvez! 😐😐😐 Neste momento imagino um livro com o título: Como fazer cliente e colaborador, ficarem insatisfeitos de uma só vez. Escrito por: app de mobilidade urbana. É inacreditável...
   Chego no meu bairro... Tarde, cansado. Estímulo? Existe essa palavra? Lanchinho, ligação para a Stephanie dizendo que vou demorar um pouco mais no trabalho, vai para ali, vai para mais perto ainda, vai para a outra rua, vai para cá, vem para lá... Número girando ao redor do rabo... Outro chamado... Paciência... Eita... Paciência? 21:45 da noite... Hoje é só decisão legal para tomar hein. Mas vamos lá. Conexão Jacarepaguá x Paciência. É quando você descobre que a Av. das Américas é gigantesca... E cansativa. Cheguei!!! Graças a Deus 🙏 E agora? Agora volta, bebê... Kkkkk Ida pela Américas, volta pela Brasil. Chamados? Vila Kennedy, Bangu, Realengo... Nada contra. Tenho amigos por lá. Mas já são onze da noite e tá cheio de polícia na rua. Você se atreveria?
   Chego em casa. As duas princesas dormindo. A Televisão tem o Bart Simpson fazendo piada sem platéia acordada. Desligo o televisor. Coloco Melí no seu bercinho e vou tratar de comer algo decente. No fim é o Japonês que sobrou ontem... Não é assim tão nutritivo. Mas a essa altura do campeonato, só de estar no sofá já é uma vitória. 
E hoje mais cedo recebi uma proposta para trabalhar com carro de Chopp. Torneiras na mala, veículo parado, eventos voltando, feiras por todos os cantos, bebida alcoólica mais consumida no mundo... 
Será?

Por: Gê Ataide.

sexta-feira, 29 de maio de 2020

Crônicas ao volante. Uma quinta vazia.

     A partir de hoje inicio uma série de crônicas ao volante aqui no Coluna GE-ral. Serão minhas vivências enquanto dirijo os transportes por aplicativo ou conduzo os cachorrinhos e gatinhos através de solicitações por site especializado. Muitas cenas são assistidas pela janela de um carro e muitas conversas quase viram entrevistas sob o olhar de um retrovisor. É praticamente impossível um profissional de comunicação ficar alheio a tantos fatos e tantas histórias sem registrar o que se passa.

     Nossa estréia começa em meio a uma palavra que boa parte do mundo desconhecia: pandemia. Recebo uma OS (ordem de serviço) para levar um cãozinho com sua dona e acompanhante, Ana Cecília, para uma clínica veterinária. O atendimento é cedo e na noite anterior já preparo o carro. Capa Pet nos bancos, desinfecção realizada, descanso, rua. O deslocamento é grande. Saio de Jacarepaguá e vou para a Vila da Penha buscar "Totó", o cãozinho que será sedado para que a retirada de uma amostra do líquido da sua medula óssea. Um exame específico que geralmente é realizado quando um hemograma (exame de sangue mais simples) não consegue precisar alguma possível doença no animal. O caminho para o Veterinário também é longo. Saio da Penha e sigo com Totó e sua Ana Cecília para o Grajaú. Bairros cruzados, via expressa, túnel e, enfim… A clínica. Cecília pede que eu aguarde uma hora pois o exame é delicado. Pergunta se eu posso esperar caso o procedimento de coleta demorasse mais do que o normal: "claro, sem problemas!" Respondo para tranquilizar a dona do Totó, ansiosa e preocupada com a saúde de um dos seus três bichinhos de estimação. Além do paciente da vez na clínica veterinária, ela ainda tinha um outro cachorro e um gato, que se dão bem, são "parssas" uns dos outros. 

    As rádios dividem a programação entre músicas e boletins sobre a pandemia. Aproveito e observo ao redor. A rua vazia. Tudo bem, são nove horas da manhã. Mas realmente estava menos populada do que os outros dias. Não fazia muito tempo que Totó e Cecília estavam comigo neste mesmo carro e fazendo o mesmo trajeto neste mesmo horário. Possivelmente um mês atrás. O movimento era outro. Mesmo em meio ao temor da Covid-19 comentamos naquela corrida o quanto tinha gente nas ruas, fazendo filas mesmo antes de bancos abrirem, circulando com crianças, vendendo de tudo. Mas agora, neste fim de maio, está diferente. Muitos dos comércios que estavam abertos naquele fim de abril, desta vez estavam com suas portas de ferro para baixo. Na rua, menos carros, menos pedestres, menos vida circulando. Menos vida… bom… No dia seguinte li na CNN Brasil que o país chegava ao terceiro dia consecutivo com mais de mil mortos diagnosticados pela Covid-19. E embora o prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella tivesse anunciado horas antes uma reabertura gradual da cidade para flexibilizar o confinamento, aquela manhã não me pareceu muito empolgada com essa notícia. 

     Após deixar Totó na clínica, procurei um lugar para estacionar e aguardar o final do atendimento. Enquanto fazia meu lanche no carro, observava as pessoas circulando pelas calçadas. Muitos com máscaras. Muitos... Não todos. O contraste às vezes era evidente. Tão evidente quanto a pressa na caminhada. As pessoas realmente estavam andando mais apressadas. Entendo que eu estava próximo a esquina da Maxwell com a Rua Uruguai e não estamos falando do lugar mais seguro do mundo (se é que existe um…) mas havia um posto de combustível e outros estabelecimentos comerciais ao redor. Na Barão de Vassouras, onde estava, de fato, localizado, percebia uma rotina normal das manhãs. Pessoas saindo com seus carros para trabalhar e outras chegando com pães para o café da manhã. Havia um pet shop na esquina também. Não senti medo da violência. O inimigo daquele momento era realmente invisível mas presente.


O prevenido e o apressado. Pessoas caminham lado a lado mas com atitudes opostas em relação as medidas de proteção contra a Covid-19.


     Quando voltamos para a Vila da Penha já estávamos chegando às onze horas da manhã. As pessoas tomaram mais as ruas, mas não foi uma quantidade surpreendente. O percurso do GPS pela Avenida Brasil deixou ainda mais gritante o quanto a rua insistia em flertar com um ambiente melancólico. Pouquíssimos carros circulando na via, levando em consideração a média abusiva desta que é considerada a mais importante via expressa da cidade do Rio. A impressão era que, mesmo se eu decidisse cruzar os quase 60 km de extensão da avenida, a sensação de vazio seria a mesma pelos 26 bairros que ela cruza. Impressão? Talvez, mas pouco provável. Trabalho, segundo canta Roberto Carlos, como "analista urbano", desde 2016. São quatro anos ganhando experiência em perceber se o ambiente está, falando em gíria suburbana, "escaldado" ou "sussa". Mas neste 28 de maio não precisava ser um vate escandinavo para cravar que havia um aumento de preocupação na cidade. 


A rua Barão de Vassouras, no bairro do Andaraí, Rio de Janeiro, vazia as dez horas da manhã de uma quinta feira. 


     Totó e Ana Cecília finalizaram o serviço de transporte no largo da Penha, na entrada do parque Shangai, próximos de onde moram. Eu segui para Jacarepaguá. Esperançoso de que os aplicativos de transporte não estivessem com a mesma falta de velocidade da cidade. Mas o cenário era o mesmo. Após um leve reparo elétrico no meu carro, ligo o Uber e a 99 pop às 13:30hs. O resultado? Apenas dois chamados até às 16:00hs. Dois atendimentos pela região. Ambos curtos. Pouco deslocamento. Muito tempo esperando por quase nenhum resultado. Era a tarde me dizendo que estava de braços dados com a manhã. E uma noite que prometera não ser diferente.

     Trabalho concluído, me resta ir pra casa, almoçar, ou lanchar… E esperar a sexta chegar para ver o que o trabalho me reserva. O fato é que sextas e sábados  têm sido cada vez mais piores. Bares, restaurantes, casa de festas, eventos, nada funciona. Estes locais faziam o movimento da cidade. Sair numa sexta em meio a pandemia é saber o pouco que se espera. Aliás o que se espera? Qual o certo a fazer? Sair, ficar em casa… Cada um conhece suas necessidades, mas o fato é que todos literalmente respiram o mesmo problema.


Por: Gê Ataide.


Ultilizo nomes fictícios nas pessoas para que se mantenham preservadas suas privacidades.


quarta-feira, 13 de maio de 2020

UM SONHO POSSÍVEL. O que o mundo tem conseguido entregar de positivo em meio a pandemia.

     Certamente você já deve ter lido que a crise gera soluções. E diante do pior período da saúde global do século, com reflexos na economia e outros setores como educação e serviços, fica impossível não questionar se essa frase realmente tem sentido. Mas será que diante desta pandemia tão brutal, existe algo de positivo acontecendo? Alguns fatos comprovam que sim.

     Se a saúde está sofrendo, o meio ambiente anda em uma via totalmente contrária. A revista Super Interessante  escreveu uma matéria apontando uma queda gigantesca na emissão de gases poluentes para a atmosfera. Compostos químicos como o dióxido de hidrogênio e metano, estão com seus níveis de emissão reduzidos. A China já registra níveis com até 25% a menos na produção de  CO2 (o dióxido de carbono), principal responsável pelo aquecimento global com aproximadamente 78% de emissão por meios prejudiciais ao planeta, segundo informação do site oeco.org.br

A cidade de Nova York, um dos maiores pólos populacionais e econômicos da terra, também alcança uma incrível redução de 50% na emissão de monóxido de carbono, gás poluente encontrado principalmente em veículos automotivos.


Nova York vazia durante a pandemia. Menos pessoas nas ruas, menos veículos circulando, menos poluição. Imagem extraída de: oglobo.globo.com (Foto: Jeenah Moon / REUTERS).


     Americanos e chineses também avançaram em outro quesito: a relação comercial.

     A disputa palmo a palmo pelo poder financeiro global que os dois países travam há mais de três anos, parece ter conquistado uma trégua em um acordo econômico feito dentro da pandemia. O site poder360.com.br informa que a negociação foi assinada em janeiro, mas andou estagnada após declarações do presidente americano Donald Trumph que acusou o governo chinês de se beneficiar do Corona Vírus para alavancar sua economia. No entanto o que parecia ser uma grande possibilidade de aumento da guerra comercial entre norte americanos e orientais, transformou-se em uma incrível trégua após ligações feitas entre políticos integrados ao corpo dos dois governos. Trégua decretada e novas negociações baseadas na redução de taxas e aumento de importações. Dois grandes rivais encontrando na crise, uma oportunidade para enfrentar um problema global adotando medidas juntos. 


Presidente da China Xi Jinping ao lado de Donald Trumph. Países anunciaram acordo comercial que promete uma trégua na rivalidade mundial entre as duas potências. Imagem extraída do site: terra.com.br (foto: Thomas Peter / REUTERS).

      

     O que começa a ser visto, de fato, é uma reforma no modo das pessoas pensarem sobre suas atitudes coletivas. Pequenas ou grandes iniciativas, tem gerado um efeito automático de mobilizar outras atitudes baseadas em movimentos com uma única mentalidade: ajudar o próximo.                Pensamento que também é seguido por Talal Al-Tinawi, um Engenheiro Mecânico sírio que, aqui no Brasil, tornou-se empresário do ramo gastronômico. Refugiado no país desde a guerra civil da Síria em 2013, Al-Tinawi decidiu retribuir toda a recepção e acolhimento que recebeu dos brasileiros no momento em que o povo mais precisava. Ele distribuiu mais de 300 marmitas para idosos da cidade de São Paulo, como incentivo para que esses integrantes do grupo de risco da Covid-19 evitassem sair de suas casas. "Meu país já passou por quarentena e sei como é difícil. Além disso, os brasileiros me ajudaram muito para que eu me adaptasse ao país, então acho que essa minha atitude é uma forma de contribuir e agradecer ao povo que me ajudou”, disse o empresário em matéria publicada por Tiago Varella da Agência Einstein.

     A realidade é que muitas pessoas têm visto o problema como a busca de uma solução. Uma forma de assumir que algumas quedas serão inevitáveis. Mas que embora haja a possibilidade do efeito estufa retomar índices absurdos de aquecimento, políticos mundiais reiniciarem suas rivalidades históricas, e o povo esquecer a busca pela solidariedade ao término deste período pandêmico; olhar para o planeta e encontrar evoluções diante de um problema tão grande, não dá apenas esperança, como estimula para que também possamos fazer a nossa parte no intuito de entregar mais números positivos e, consequentemente, mais resultados eficazes para banir de vez a pandemia que tem assustado, mas também fortalecido a busca de muitos pelo fim deste cenário megativo. É o ser humano e o planeta mostrando que para todo o desespero há sempre uma esperança.


Por: Gê Ataide




quarta-feira, 10 de julho de 2019

ALÉM DO FUTEBOL, ALÉM DO ESPORTE.

     Neste mês de Julho o mundo assistiu duas grandes finais do futebol. Na França, a Copa do Mundo de Futebol Feminino chegou a patamares de audiência jamais alcançados desde de sua abertura até o encerramento protagonizado pelo duelo entre americanas e holandesas. Já na América do Sul, a competição de seleções masculina do continente foi realizada no Brasil e teve sua final com os anfitriões enfrentando a ascendente equipe peruana.
     Os dois jogos tiveram um ponto em comum: o favoritismo predominante de uma equipe. Brasileiros e norte americanas golearam a opinião popular e especializada por todo o planeta. E havia uma razão para isso. Multicampeões não só dos torneios que estavam em disputa mas de vários campeonatos de mesma ou até mesmo maior competitividade, era fato constatado que a maioria esmagadora das opiniões direcionasse os grandes campeões do futebol feminino e masculino ao favoritismo de levantarem as taças ao final das competições, o que, de fato, aconteceu.
     Mas o que, particularmente, me chamou a atenção não foi a vitória, e sim a diferente postura comportamental dos derrotados. Desde a configuração tática até os gestos emocionais, as reações estavam bastante opostas. Holandesas nervosas, errando passes e num misto de abatimento, decepção mas conformidade ao final do jogo. Peruanos arrojados, com marcação alta em campo e a sensação de uma guerra civil perdida após o término da partida. Isso causa uma reflexão bastante importante: é fato que a aceitação da derrota não tem a obrigação de ser igual para todos. Mas o que gera reações tão opostas para o mesmo sentimento?
     Aderindo ao bom e velho cavalheirismo, vamos começar falando da jovem seleção holandesa. E acredito já termos "matado a charada" na frase acima ao falarmos de juventude. A média de idade da laranja mecânica feminina é menor do que 26 anos, fato que o psicólogo e especialista em recursos humanos Abdijam Pinheiro entende ter sido um diferencial para a conflito emocional da equipe européia ao final da partida: "A juventude atual sofre com crises de ansiedade, depressão, frustração... E ter as expectativas não atendidas é uma das razões que geram esses problemas. É uma geração anos noventa ou até mesmo anos dois mil, onde a sensação da derrota é mais sentida em virtude de uma cobrança indireta de resultado, exigido de forma muito agressiva". Explicou. Questionado sobre a reação das holandesas caso a mesma final tivesse acontecido há vinte anos, Abdijam respondeu não haver tanta diferença comportamental assim: "Nos anos noventa seria basicamente a mesma coisa sim. Principalmente pela pouca idade das meninas da holanda".



O abraço pós derrota das holandesas. Um misto de decepção com sensação de 
orgulho pela colaboração de um novo legado iniciado na Copa do Mundo de 2019. 
(imagem: goal.com)




Mas o psicólogo acredita que existe uma razão fundamental no que se relaciona a superação do resultado. 
O profissional que também atua em recrutamento e seleção e tem como função analisar o perfil comportamental e psicológico das pessoas diariamente, acredita que o pensamento consolador da equipe holandesa, vem da consciência de uma continuidade por ter colaborado na reconstrução de um futebol feminino forte, como nunca visto:

"As holandesas estão conscientes de um legado. Que o futebol feminino foi disseminado. E elas estão felizes também por fazerem parte disso". Frustrações de uma juventude contrastadas com relação de orgulho pela consciência de um bom trabalho realizado. talvez um misto de sensações que tenha ilustrado bastante os nervosismos, lágrimas e agradecimentos das meninas da Holanda ainda em campo, após a final do campeonato mundial.
      Nervosismo e lágrimas que também acompanharam a derrota peruana para o Brasil na final da Copa América. Mas, neste caso, os peruanos estavam mais "pilhados". Uma postura de quem lutava por algo a mais do que futebol. O publicitário Roberto Périssé opinou sobre o que acredita ser a razão de uma postura tão diferente entre as meninas da holanda e os jogadores do Peru: "O latino é mais emotivo do que o holandês. Condição social e histórico de vida, influenciam muito para isso". Opinou. Périssé vai além, e diz que um povo socialmente subdesenvolvido tende a sentir mais uma derrota pessoal ou profissional: "A pessoa já tem menos do que deveria ter. Uma perda para ela é muito mais sentida do que para os outros". Disse o experiente profissional com vasta experiência na área de comunicação social.
     Para Roberto Périssé, o vice campeonato do Peru não foi mais sentido apenas em virtude de uma frustração em não entregar uma alegria a uma população que já sofre com um cotidiano de desigualdade social, mas também diante de um histórico de vida dos próprios jogadores: "Muitos deles vieram de famílias pobres, e tem também dentro de si um pouco dessa sensação". Reforçou Perissé.


Paolo Guerrero, maior artilheiro da história do futebol peruano, inconformado
com o primeiro gol do Brasil na final da Copa América.
(fonte: lance.com.br)



     A realidade é que um simples dado ilustra bastante as diferentes sensações de derrota no contexto social dos países. Enquanto a economia da Holanda tem apenas 6% da sua população abaixo da linha da pobreza, os peruanos estão com um número 300% maior do que o país europeu com 25% de pessoas vivendo em condições de necessidades extremas. Estatísticas que fazem parte da conjuntura social de toda uma nação, e que certamente invadem a mente de qualquer atleta que representa seu país, na ideia de entregar alegria a uma população que diariamente sofre com tantos problemas.
     O fato é que muitas partidas de futebol começam e terminam além das quatro linhas de um gramado, e os efeitos da vitória ou da derrota são totalmente interligados à condição psicológica de uma pessoa. Não importa se pela faixa etária ou pela vida social que ela ocupa ou ocupou. É o esporte mostrando que, mais do que competir, é preciso entender porque as lágrimas da derrota geralmente são mais sentidas do que a emoção e o largo sorriso de um triunfo


fontes de informação:
https://www.suapesquisa.com/paises/peru/economia_peru.htm
https://www.suapesquisa.com/paises/holanda/economia_holanda.htm









segunda-feira, 1 de outubro de 2018

NOVAS ELEIÇÕES... NOVAS?

      Talvez não seja a primeira vez que eu começo um texto aqui no blog dizendo: "Não costumo escrever muito, blá blá blá blá..." Mas é melhor ser sincero do que ficar dando voltas... Pois bem, seja faltando tempo ou aplicando o mesmo incorretamente o fato é que minha Coluna GE-ral fica meio abandonada as vezes sim. Agora, por exemplo, escrevo enquanto aprecio meu digníssimo carro tomar um banho no lava jato. E assim vamos...
      Falando em lava jato eu lembro de eleições, e falando em eleições eu fico até arrepiado. Mas, na verdade, não seria pra ficar?
     Não!!!!!! Eu não estou dizendo que sou a favor desse ou daquele... E principalmente que acredito na mudança, dadas as circunstâncias de intenções de voto. Só estou destacando como o clima está tenso. Primeiro a corrupção arrebentou os pilares de quem acreditava em uma era próspera na virada do século. Depois veio o impeachment que, para alguns era golpe, para outros era só impeachment mesmo... Mas para todos, pouco adiantou. Agora comenta-se da violência e de cidades que eram referências de tranquilidade virarem constatadas moradas do tráfico de drogas, armas e, lógico, aumento gradativo e impiedoso da criminalidade. Casos de Angra dos Reis e alguns pontos da região dos lagos, no Rio de Janeiro.
     Tudo isso gerou o velho enredo das promessas. Um promete mudar tudo com radicalismo, outros prometem combater  o radicalismo, outros prometem resolver, mas sem radicalismos. E dá-lhe radicalismo!!!! A impressão que tenho com toda essa fúria descomunal dos candidatos, é que mesmo querendo combater o radicalismo eles também se tornam radicais, e acabam por flertar com um veneno que eles mesmos desejam imunizar.
      Como de costume já ouvi presidenciáveis falando verdades, ponderando situações em discursos plausíveis, apontando diretrizes corretas mas, principalmente, falando também tantas bobagens que até mesmo um leigo em política como eu consegue ficar espantado com tamanha ignorância ou, no que mais acredito, cara de pau. É gente dizendo que vai mudar a lei (isso dói quando dizem...), que vai investir em segurança, educação e saneamento básico mas na hora de responder "com que recursos?" nós descobrimos que a grande maioria faltou as aulas de matemática no ginásio,  enfim... Haja criatividade para pensar tanto e chegar a conclusão que somos todos idiotas.
     Bom... Se vai mudar alguma coisa com essas eleições eu não sei (gostaria), mas não é possível que depois de tantas manifestações nos últimos anos, tantos escândalos, tantas operações da polícia federal, tantas reportagens, tanta fama negativa do país fora das nossas fronteiras e além dos oceanos, nós veremos aumentar o número de eleitores que escolherão seus candidatos em troco de um frango, uma caixa de cervejas ou um churrasco "comunitário". Afinal de contas, já está mais do que comprovado que não é com a política do "farinha pouca meu pirão primeiro" que as coisas vão mudar. Até porque esse pirão já azedou várias vezes e o pior, cansou de faltar farinha pra fazer mais.
    
     

quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

VEM DE CAMAROTE. Cocktail de lançamento do Camarote Lounge Carioca agita a noite na Cidade Maravilhosa.

     O Rio já respira carnaval. E alguns eventos que ocorrem na “night” da cidade mais visitada do Brasil em fevereiro atestam de forma totalmente positiva o quanto essa festa é importante para a cidade. E certamente o Cocktail de lançamento do Camarote Lounge Carioca ocorrido na noite de segunda-feira (29) no Novotel - Botafogo, foi um dos responsáveis por revestir a semana que antecede os desfiles da Sapucaí de mais ansiedade e expectativa.

    Uma festa fantástica, luxuosa e com presenças que proporcionaram um verdadeiro desfile de simpatia e diversão dentro belíssimo cenário lounge em que foi transformado o salão do Hotel.

    A Comissão de Frente do cocktail ficou a cargo de Maurício Dutt (@mauriciidutt), que apresentou aos convidados um pouco da curta mas bem sucedida trajetória do Camarote, ilustrando com um vídeo que deixou todos estarrecidos com as opções de entretenimento, relaxamento, estética, gastronomia, drinkeria, e conforto que o espaço proporcionará aos foliões VIPs a partir da sexta feira de Carnaval. Em seguida, Os Destaques. A musa do Lounge Carioca, Adriana Bombom (@adrianabombom) e a madrinha Mayara Motti (@mayaramotti) abrilhantaram ainda mais a noite. Beleza, simpatia e samba no pé, muito “samba no pé”...

    A Pura Cadência, Bateria da Unidos da Tijuca elevou a pulsação ao nível máximo com direito a passistas e uma sequência de coreografias de samba num baile de corpos esculturais que fizeram os convidados se sentirem literalmente dentro da avenida.

    O quesito Harmonia teve direito a show solo de Sax e um momento a capela dos convidados cantando em uníssono um clássico do rock brasileiro. George Israel (@georgeisraeloficial), o lendário músico de uma das bandas mais importantes do rock brasileiro, alterou o ritmo mas manteve o swing musical da noite. Em um repertório que aliou o nostálgico ao moderno, transitando desde de Psycho Killer - Talking Heads a Happy - Pharrell Williams, e terminando com a emblemática Pintura íntima - Kid Abelha, Israel contagiou o salão nobre exibindo solos do seu saxofone junto aos convidados, em cima do sofá e das cadeiras. Um show de performance que se repetirá no domingo de carnaval dentro do camarote juntamente com o show de rock nacional da banda Trio Caribu (@triocaribu).

    Uma noite cheia de surpresas, gente bonita, personagens marcantes e apenas uma expectativa: o início da maior festa do planeta chegar o mais rápido possível para que ocorram momentos certamente ainda mais intensos, revestidos de energia e adrenalina. Pois se longe da Marquês de Sapucaí a energia foi dessa forma, de frente para o espetáculo será indescritível e inenarrável mensurar. Que venha o carnaval!

Por: Gê Ataide.

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Sua vida ficou mais prática ou mais complexa?

     Parece realmente um passado não tão distante assim, quando no começo da noite de sexta feira, minhas duas irmãs e eu esperávamos meu pai chegar do trabalho para irmos juntos à locadora do Gélson em busca do nosso principal entretenimento do fds: assistir filmes no nosso videocassete JVC. Bom... Eram os anos noventa quando sequer se escrevia fds, vc, bjs, obri, vlw, tql, blz, ou qualquer outra sigla... Aliás era uma época boa porque conversar pessoalmente ainda estava na moda...
     Hoje em dia eu fico pensando se a tecnologia nos deu mais praticidade ou agregou complexidade nas nossas vidas. Pois ao mesmo tempo que somos ágeis agora para pagar contas, marcar reuniões, agendar saídas com a galera, viajar, ou pesquisar tarefas de escola, fakul ou qualquer outra coisa, parece que no fim do dia sempre faltou algo para resolver, e o pior, na maioria das vezes faltou mesmo.
      O site revistagalileu.globo.com fez uma matéria bem legal projetando como serão nossas vidas daqui há vinte anos. Dois temas me chamaram bastante atenção. O primeiro é em relação a nossa futura relação com a internet. Ela será como a eletricidade para nós, estará em tudo. Não haverá um momento em que vamos pensar se o lugar tem ou não Wi-Fi por exemplo, será tão prático, tão óbvio, tão evidente que, terá realmente uma relação parecida com a que temos hoje em dia com a lâmpada de casa que acendemos ao anoitecer. Ela estará lá, simplesmente, naturalmente, normalmente.
      Agora vai uma palavra nova que aprendi: tecnogênico. Pois é, tem a ver com a maioria dos pepinos que resolvemos socialmente hoje em dia. Problemas tecnogênicos são aqueles criados pela tecnologia. Basicamente quando algo foi feito para nos dar praticidade e aí vem uma mente maldosa e pensa que essa "novidade" também pode ser usada para coisas erradas. Pois então, a má notícia é que essa maluquice só vai piorar tá... É só você dar uma viajada na mente. Imagina se implantarem um chip no seu braço para que ele seja o seu cartão de banco por exemplo. Ótimo!!!! Vou andar sem carteira! Mas o assaltante vai pensar: "Beleza, agora eu só preciso de um facão!". Foi meio ridículo mas você entendeu (estou fora da minha cidade escrevendo esse texto numa praça com o tempo fechando e 20% de bateria, releva vai...).
     Por sinal agora vejo crianças voltando da escola e parando para curtir o balanço da pracinha e jogar bola... Tudo bem que estou em uma cidade bem menor que o Rio (Teresópolis), mas ver quinze pré adolescentes brincando e apenas dois segurando seus computadores de mão, também conhecidos como celulares é "quase" me sentir em 1995 dinovo quando eu curtia mamonas e ficava decorando as catorze músicas do CD dos caras só com a ajuda da rádio, sem as indispensáveis e atuais colaborações de YouTube ou Spotify para este feito.
     Talvez a cidade pequena será uma referência daqui há poucas décadas para isto... Não apenas para a fuga do trabalho e da rotina da cidade grande, mas também da tecnologia. Fico imaginando uma pousada com os dizeres "Relaxa, aqui não temos Wi-Fi" ou "Tente guardar seu celular e ver o que o mundo te oferece" Ah já sei, que tal apenas "Desconecte-se".
      Putz... Aí passa uma freira agora, sinônimo de todo o tradicionalismo possível e comenta com uma noviça ao seu lado "...Eu converso com ela no face as vezes..." Agora minhas expectativas definitivamente viraram utopia.
     É meus amigos, não tem jeito. O passado não volta, a tecnologia nos transforma e o caos dos barulhinhos de whatsapp, Insta e outros app's continuarão sendo a principal razão de irmos a farmácia comprar Dorflex. Fazer o quê? Vamos em frente. Só espero que não venha um doido aí é resolva criar uma Skynet... Aí embolou de vez... "Jesus toma conta" Haja Schwarzenegger para nos ajudar... Hahahahaha...

Fontes de pesquisa: http://revistagalileu.globo.com/Tecnologia/noticia/2014/07/evolucao-tecnologica-como-sera-nossa-vida-daqui-20-anos.html