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sábado, 17 de agosto de 2013

A novela política continua.

     Certamente muitos de vocês viram ou ouviram falar da novela "O Salvador da Pátria". Mas para quem nunca ouviu comentários ou não se interessou (algo difícil mediante o sucesso desta teledramaturgia) segue aí uma breve apresentação. A história gira em torno do inesquecível personagem interpretado por Lima Duarte, Sassá Mutema, um bóia-fria que acaba sendo manipulado pelo deputado Severo Toledo que faz com que Sassá case-se com sua amante Marlene afim de que seu adultério seja cada vez mais camuflado. Mas após a morte de sua "esposa" e do corrupto jornalista Juca Pirama, que descobriu o casamento fajuto e explorou das piores formas possíveis o fato na mídia, o bóia-fria acaba sendo o principal suspeito do assassinato. Tempos depois quando sua inocência é provada, nosso protagonista passa a ganhar fama e é aclamado pelo povo. Assim, os políticos começam uma tentativa de fazer de Sassá o prefeito da cidade, mas ele acaba ganhando poder e conquistando posição política própria para revolta dos políticos. A novela muito famosa na época pela história romântica de Sassá Mutema e a "professorinha" Clotilde, também foi de uma riqueza impressionante para abordar situações políticas e corruptas infelizmente recorrentes até hoje.
     Pois é... De 1989 (ano da novela) para 2013 foram vinte e quatro anos, e em 2014 quando esse sucesso comemora exatamente duas décadas e meia, o Brasil poderá prestar uma irônica homenagem a esta querida novela global: a tentativa de eleger para nós um "Salvador da Pátria".
 
Sassá Mutema nos braços do povo na clássica novela de 1989.

O cálculo é simples: manifestações + revolta com os políticos consagrados = procurar nos novos valores de ficha limpa e apoio popular, um aliado para continuar comandando a máquina pública. Sabemos, na realidade que existem novos políticos que já surgem no cenário mal intencionados, mas que também existem os que aparecem sem sequer entender como funciona o jogo da política, chegam apenas na intenção de buscarem melhorias para os princípios básicos como educação e transporte. E estes devem ser os maiores alvos dos presidentes de partidos e outros poderosos políticos.  Nosso querido Sassá Mutema foi um inocente que em mãos ambiciosas transformou-se em um verdadeiro boneco de fantoche. Mas nesse caso os vinte e cinco anos evoluíram também para o errado. Não será um analfabeto a nova aposta dos políticos. Ele pode até não entender de ciências sociais, mas deve ter uma postura revolucionária, deve ser oriundo de grêmios estudantis, ser um líder nato e arrastar pessoas para reivindicarem seus direitos. Sim. Ele terá o perfil de um manifestante.
     E essa será a dificuldade. Quem representará o povo e quem estará a favor da manutenção do modelo político atual, haja vista que os dois terão o mesmo perfil? É... Para aqueles que pensavam que estas eleições seriam as mais fáceis podem ter se enganado completamente. Novas siglas surgirão, militantes do passado retornarão, nomes de partidos menores ganharão força e é claro que os gigantes da política nacional já estão cientes disso e prontos para contra atacar. Por isso, tomem muito cuidado em 2014! Afinal de contas, Salvadores da Pátria já tivemos muitos candidatos, e de inocentes como nosso querido Sassá Mutema, eles não tinham literalmente nada.


Imagem: http://contigo.abril.com.br