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Fonte:Google. |
Há dois anos, a nossa Seleção sofreu mais uma eliminação na Copa do Mundo. Escrevi sobre ela e projetei sonhos, expectativas e críticas. Agora faço questão de postar e lançar uma pergunta no ar: será que acertarei ou apenas cultivarei a ilusão de um êxito? A crônica segue abaixo. Boa leitura!
Acabou... E começou.
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Fonte: Blog do Apontador http://blog.apontador.com.br |
Não era exatamente como
gostaríamos de ter conduzido este dia 02 de Julho de 2010. O melhor
futebol do mundo está fora da copa. A pátria de chuteiras não
tem mais chances de conquistar a mundialmente marcante competição
do continente africano. Para a grande maioria dos brasileiros resta
agora apenas a exaltação de uma frase: “A Argentina NÃO!”.
Nossa trajetória até o
primeiro tempo das quartas de final, embora não tenha nos dado uma
imensa certeza, nos deu uma ilusão: a crença de que poderíamos,
sim, chegar ao hexacampeonato, mesmo com um time em extinção de
grandes estrelas e magos da bola. Fomos com o coração. Um órgão
imenso, regido por uma artéria que devido a sua constante pulsação
quando jogador e capitão da seleção brasileira, todos sonhavam em
vê-lo como técnico, mas acabou acumulando desestímulo e
incompreensão quando isto, de fato, ocorreu. Também fomos com o
pulmão de um xerife que respira seleção e honra a braçadeira que
veste. Um comandante das quatro linhas que foi amparado por outros
dois excelentes oficiais, Juan e Maicow, e um auxiliar que retornou
ao seu posto de origem, voltando a ser um dos homens mais eficientes
de sua tropa: Gilberto Silva. Também fomos com as mãos. Através
de um goleiro que, literalmente, vestiu o verde e amarelo para
mostrar com sua eficiência e qualidade, o quanto gostaria de
presentear a nação com a conquista de título.
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Fonte:Tribuna do Norte. |
Sim! Fomos com a habilidade.
Técnica que o guerreiro ferido Kaká, o garoto-travesso Robinho e o
fabuloso Luís Fabiano tentaram fazer que sobressaísse perante a,
em alguns casos, desleal marcação dos adversários. Mas tudo isso
foi em vão. Em um jogo onde estávamos conseguindo conduzir a
partida de maneira inteiramente tranqüila, esquecemos de uma frase
que o próprio brasileiro tanto pronuncia: “Futebol é uma
caixinha de surpresas”. Esquecemos por um momento que, se já
ganhamos Copa América, das Confederações, Libertadores, Mundial
Interclubes e até mesmo Copa do Mundo na base do detalhe, também
precisamos nos habituar a perdê-la da mesma forma. As faltas de
atenção que culminaram em dois gols incluídos nos, até o
momento, raros lances de finalização do adversário, atiraram para
longe toda uma concentração que coordenava o futebol eficiente da
nossa seleção.
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Fonte:Google. |
Lições que podem ser
aprendidas para a já impiedosa copa de 2014. Onde os olhares do
mundo já estarão direcionados para nós. A torcida é para que no
futuro, nossos principais jogadores de rara habilidade não possam
assistir a copa de sua casas; que os corações, pulmões, mãos,
corpo inteiro e alma sejam aliados também a atenção em campo e
educação fora dele. Daqui a quatro anos, tudo já será diferente.
Só esperamos que a ferida não cicatrize lentamente devido a uma
dificuldade organizacional e apresentações sem inspiração da
nossa equipe. Muito pelo contrário, que sejamos exemplo de como
sediar uma copa, como a África do Sul tem sido, e no fim, nosso
futebol reencontre a magia que conquistou o mundo e também cinco
títulos, para que possamos dizer com orgulho no peito mais uma
estrela nele: “A copa no Brasil é do Brasil!”.
Por:
Gê Ataide. 02 de Julho de 2010.